quinta-feira, 25 de junho de 2015

#01 Robbie

Então você nunca brincou disso? - disse Robbie.

Não. Mas quero muito.

E ele queria mesmo, mesmo sendo um novato apressado que não soubesse de nada e nem das regras.

Robbie já era o que era há anos. Não era sua profissão, mas amava como se fosse. Tinha orgulho em tirar a vida das pessoas para uso próprio. Eram três da tarde mas em algum lugar desse mundo era uma da manhã, ela costumava lembrar. A madrugada sempre fora mais envolvente. Nela, as pessoas são mais permissivas. Robbie nunca entendeu muito bem mas sempre gostou desse conforto que a escuridão traz.

E o quê você está procurando por aqui?

Quero que você me bata agora. - ele pediu

Não estou aqui para satisfazer suas vontades. Acho que você entendeu mal como isso funciona.

Ok. Me desculpe.

Ele realmente estava perdido. Ela ainda não sabe como ele chegou lá. Só sabe que ele apareceu, e que estava determinado, e que isso despertou algo nela. Já tinha algum tempo que Robbie não se apoderava de alguém e talvez ele pudesse ser interessante. Ele era claramente inexperiente e não tinha ideia de onde tinha se metido. Robbie sabia que o certo era mandar ele ir embora para sua vida tradicional.

Eu farei qualquer coisa por você.

Ele não sabe de nada. Robbie já estava acostumada, sabia que se fosse alguém do meio não teria dito isso dito de cara, na primeira frase. Para além das permissões existem os limites. O total controle do outro está somente no espaço cedido por ele. Fora disso é abuso. Ela sempre teve curiosidade em saber o que os outros fazem com os notavos inocentes.

Que bonitinho! Gostei! Faria mesmo?

Sim.

Então pule do segundo andar de qualquer prédio.

O quê? Ahn..

Agora.

Mas...

A sua vida é minha. Eu disse, agora!

E-eu, ahn, eu não... Desculpe, mas consigo fazer isso.

Que bom. Então vamos começar decentemente com as minhas regras. Vamos estabelecer limites.

Nenhum comentário:

Postar um comentário